Um blog cheio de ideias. Algumas soltas... outras nem tanto! Foi a forma de uma copy perdida se encontrar, finalmente, com as suas palavras... E consigo mesma.

Tuesday, October 31, 2006

Dia das Bruxas? Venham elas!!

Há dias assim... Em que tudo corre tão bem que até temos medo ...
Coincidentemente é Dia das Bruxas. E não é que eu acredite nelas, mas que as há... Há!
Hoje a minha bruxinha não me deu medo. Mas sorte!
Hoje fui contratada. Acabou a experiência e ainda vou ser aumentada. Nada mau hã?
Para acabar em beleza vou aparecer, pela primeira vez, na Briefing a assinar uma campanha da Uzina :)
Agora posso dizer, sem receios, nem medo de estar a agoirar o futuro, que adoro estar aqui. Adoro o ambiente descontraído, os amigos que já fiz, os trabalhos que me deixam criar... Adoro esta mesa onde se junta toda uma massa criativa e o humor de todos e de cada um. Adoro estar aqui!
Agora posso dizer que estou bem e estou feliz.
E esta noite das bruxas é toda minha!!

Monday, October 23, 2006

A Dona Morte

A Dona Morte anda por aí... Não é novidade, claro. Mas voltou a rondar-me. Senti-lhe o cheiro na sexta feira. Arrepiei-me com a sua presença. Amaldiçoei-a mais uma vez. Mas ela não quer saber. Não me liga nenhuma. Continua, impávida e serena, a levar os que mais gostamos para longe de nós.
Levou o meu tio. O meu padrinho de casamento, que deixa mulher e filhos e uma imensa saudade. A ajuda veio pela mão de um cancro. Mortífero e impiedoso como sempre. Apenas 15 dias entre saber e perder.
Impressionante não é?
Tive a sorte de o conseguir ver uma última vez. Olhá-lo, abraçá-lo, dar-lhe força. Dizer que gosto dele.
Ele sorriu, com a cor própria da morte, mas com o brilho de sempre no seu olhar meigo, simpático, carinhoso.
Adeus Tio João. Adoro-te.
Sei que estás bem. Tens aí já tanta gente... Nós cá continuamos à espera da nossa vez.
Um beijo

Tuesday, October 10, 2006

Pedra Filosofal (para recordar)

"Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos
que em verde e ouro se agitam
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma. é fermento,
bichinho alacre e sedento.
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel.
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança.,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som televisão
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."

(António Gedeão)

Monday, October 09, 2006

Missao cumprida

Desta vez correu tudo muito bem. A organização esteve sempre presente e, apesar de alguma resistência, o sexo fraco lá acabou por se render à superioridade feminina ;)
O resultado foi uma linda cama, mesmo à medida dos nossos desejos. Valeu a pena esperar.
Começámos por volta da uma da tarde e acabámos antes das 15h. Nada mau parece-me. E o melhor? Não sobraram peças!

Wednesday, October 04, 2006

IKEA

Um feriado a meio da semana sabe sempre que nem ginjas (e atenção que eu não suporto ginjas). Não vou ter a ponte e até tenho programado um feriado bastante agitado, mas sabe bem na mesma.
O desafio para amanhã vem encaixotado. Uma cama dividida em 6 caixas!
O último desafio desta envergadura foi uma estante para a sala e um dia inteiro de montagens que quase acabavam mal.
É que tanto parafuso, tanto buraco e tantas instruções, dão cabo da boa vontade de qualquer um. Ao final do dia éramos nós ou ela (a estante)! Vencemos nós, mas foi a custo que não atirei o meu marido pela janela.
Penso que a cama não vai ser tão difícil, mas já estou como o outro: Previsões... só no final do dia!
Para já estou motivada, desertinha para tirar tudo das caixas, desembrulhar os parafusos e porcas e tudo a que temos direito. Depois, quando tudo estiver num caos, darei início ao verdadeiro desafio: mostrar que as mulheres são realmente mais perspicazes e desenrascadas nestas aventuras caseiras. Ninguém disse que esta é uma tarefa fácil.. mas alguém tem de a fazer :)
Bom feriado!

Querido Diario

Sempre gostei muito de escrever.
Sinto facilidade em expressar-me desta forma, pois consigo revelar sentimentos que ditos, em vez de escritos, nunca saíriam tão bem, nunca teriam o mesmo impacto e nunca poderiam ser recordados.
Sei que escrevo com alma e coração, pondo tudo o que sou no que digo e no que quero transmitir.
Escrevo por prazer. Por amizade, por amor... e às vezes só por escrever.

Tenho um diário, desde os 14 anos, onde se encontra de tudo um pouco.
Conversas infantis e inocentes, amores perdidos e indecentes, dores, alegrias, conquistas, derrotas...
Quando o leio recordo a minha história. Sempre inacabada, mas cada vez com mais forma e conteúdo. Como eu...
É engraçado constatar que trato um simples molho de folhas por tu, como um amigo, que me ouve, percebe e perdoa tudo o que lhe digo.
Sem nunca me julgar ou criticar. O Amigo.
Ali estou eu. Nua e crua. Porque só eu o leio. Só eu me confronto com tantas perguntas e indecisões, tantos segredos e revelações.
Impossível poder ser lido por mais alguém. É meu. E não o partilho com ninguém.
Quando o folheio encontro amigos esquecidos no tempo, raivas antigas, amarguras e paixões.
Um rol infindável de citações, cartas escondidas, pensamentos soltos, ilusões desiludidas... As brincadeiras, as mentiras, as traições, os desgostos mais profundos... tudo o que me tocou está ali, preto no branco, para mais tarde recordar...
Tenho orgulho nele, e em tudo o que está lá escrito, e não lhe mudaria uma única linha, pois são palavras escritas a quente, no momento certo, com toda a verdade que isso implica.
Não me orgulho de tudo o que fiz, claro que não! Por vezes aquelas folhas transformam-se num carrasco implacável, um espelho que reflecte tudo o que sou, ou fui, por mais que me doa recordar.
Sou eu! Com todos os meus defeitos e virtudes.
Relato acontecimentos marcantes, fases complicadas, mágoas adormecidas... Critico pessoas e reacções, comento acções, reajo a provocações...
E sinto-me aliviada.
Como se tivesse dito e feito tudo o que queria. A quem queria.
É só um monte de folhas, mas cheias de vida...
Que vou continuar a encher e a apreciar até que a morte, um dia, nos separe.