Um blog cheio de ideias. Algumas soltas... outras nem tanto! Foi a forma de uma copy perdida se encontrar, finalmente, com as suas palavras... E consigo mesma.

Friday, April 27, 2007

O que é que fazes? Sou COPYWRITER!

Dizem que é de pequenino que se torce o pepino mas, no meu caso, prefiro dizer que foi desde pequenina que quis vender o pepino.
Comecei a trabalhar aos 18 anos numa imobiliária, onde estive durante 8 longos anos, até que decidi perder o medo e enfrentar o mundo que queria chamar de meu. Tirei o curso de RP e Publicidade no INP, em regime pós-laboral, despedi-me da imobiliária e entrei para uma Editora como Gerente de Escritório, responsável pelas promoções internas, em part-time. Mas esse part-time era pouco para a minha full ambition. Voltei a despedir-me e desta vez consegui acertar no alvo: entrei para a Concept Advertising, onde estive como copywriter durante quase 2 anos. No entanto, o trabalho não era muito e as minhas ambições continuavam enormes. Voltei a sair, desta vez para estagiar na BBDO, onde aprendi muito mais do que como fazer boa publicidade. Pela primeira vez vi a sua face oculta e não gostei.
Saída de lá ingressei na Uzina, onde estou desde Agosto 2006 e onde encontrei um equilíbrio que muito me agrada: faço o que gosto e estou com quem gosto.
Quem disse que os sonhos não se tornam realidade?

Wednesday, April 11, 2007

O meu lado negro

Este post é escrito com muita vergonha, mas com uma necessidade imperiosa de me redimir...
Se revelar estes pensamentos pode ser que seja perdoada por os ter tido... Não os quero guardar só para mim, não os quero dentro de mim.

Hoje uma grande amiga minha descobriu que está grávida. Digo descobriu porque ela não punha sequer a hipótese de estar. Tem tido vários problemas e hoje foi ao médico para agendar a data de uma cirurgia. Como sabia que eu estava preocupada ligou-me quando saiu de lá: -“Amiga, acabei de ter a minha primeira consulta de obstetrícia” disse-me, ainda incrédula. Eu fiquei genuinamente feliz! Naquele momento eu estava tão grávida como ela e a minha alegria não podia ser mais sincera. E eu sei que ela sabe disto.
Quando desligámos, o “nada” começou a tomar conta de mim... Aquela alegria imensa foi-se transformando num vazio, numa mágoa... e numa única mas muito elaborada pergunta: PORQUÊ?
Porquê que eu não posso também sentir essa alegria como minha? Porquê que eu tinha de ter este problema? Porquê que isto me está a acontecer? Pior... Porque é que ela pode e eu não?

Ela é uma das minhas melhores amigas. Tem a minha idade, casou-se há 2 anos com o amor de uma vida e, tal como eu, não conseguia engravidar.
É uma amiga para sempre. Em quem confio absolutamente e com quem estou sempre à vontade, mesmo depois de muito tempo sem nos vermos. Uma cúmplice com quem conto incondicionalmente. Merece tudo de bom que a vida lhe possa oferecer. Mesmo!
Imagino a alegria que ela deve estar a sentir dentro dela... É uma vitória que rompe com todo o sofrimento. Sei que este filho é desejado, tanto como o meu, sei que ela o merece e que este milagre não podia ter acontecido em melhor altura…

Desculpa-me amiga, mas nunca te vou conseguir dizer o que senti hoje. Nunca te vou magoar com a revelação deste sentimento mesquinho que tomou conta de mim. Porque me envergonho dele e porque não o mereces. Sinto-me má. Uma traidora repugnante e fria.
Mas ter escrito tudo isto fez-me bem... Foi como conseguir ver reflectidas estas emoções e assim perceber o quanto elas são feias e injustas. Foi como esvaziar o pior de mim e serenar os sentimentos magoados.
Sou humana... Só mais uma de entre tantas mulheres com problemas, mas mesmo assim com muita sorte no meio de tantas outras desgraças bem piores.
Sou só uma humana... com sentimentos e ressentimentos que me levam a ter estes pensamentos menos justos ou amigos.

Mas a vida não me vai nem abençoar nem amaldiçoar por os ter tido... Eu não sou nem melhor nem pior pessoa por ter pensado o que pensei.
Se há uma coisa que já percebi no meio de toda esta frustração é que não mando em nada, a minha impotência é absoluta nesta matéria!
Sei que o caminho passa por me resignar em vez de me revoltar e, se calhar tenho mesmo de me conformar com a minha sorte.
Mas, por enquanto, sinto que não posso desistir de lutar... contra a tristeza, contra a inveja, contra a vida e, principalmente, contra mim.

Este post foi escrito com muita vergonha, mas com uma necessidade imperiosa de me redimir. Se revelar estes pensamentos pode ser que seja perdoada por os ter tido... Não os quero guardar só para mim, não os quero dentro de mim.