Um blog cheio de ideias. Algumas soltas... outras nem tanto! Foi a forma de uma copy perdida se encontrar, finalmente, com as suas palavras... E consigo mesma.

Tuesday, June 24, 2008

Andar na corda bamba


A semana passada descobri que sou portadora de uma doença genética e hereditária. Tem a ver com uma deficiência grave na coagulação do sangue que, não estando controlada, me pode provocar uma trombose a qualquer momento. É verdade! Tenho de ir com urgência a um especialista e vou ter de ser medicada para o resto da vida.
O médico disse-me isto assim, tudo de repente e, também assim de repente, senti o chão a fugir-me dos pés. Olhei para o Pedro e esbocei um sorriso miudinho que ele retribuiu com um carinho nervosinho. Fiquei apavorada!
Sempre tive um medo de morte da morte mas ficar incapacitada, para mim, é pior do que morrer.
Os tratamentos que fiz para engravidar podiam ter sido a gota de água.
O médico disse que eu tenho andado na corda bamba sem saber.
Esta é uma doença que, depois de diagnosticada, deixa de ser grave. Ou seja, vou ter de ter alguns cuidados mas, desde que descoberta, deixa de ser um perigo para a minha saúde. Mas e se não fosse descoberta???
O médico contou-nos o caso de uma senhora com um problema parecido e uma ignorância semelhante que, ao fim de 5 meses de gravidez, teve uma trombose. Perdeu o bebé e ficou com o lado direito todo paralisado. Também eu paralisei com esta notícia!

Uma vez, já há muitos anos, estava na praia com a minha Mãe e ia-me afogando. Lembro-me de ela me avisar para eu não ir para longe porque o mar estava revolto. E sentou-se à beira-mar a ver-me. Eu entrei na água e pus-me ao pé de umas pessoas que também estavam a tomar banho. De vez em quando olhava para ela e via-a sempre vigilante Sentia-me segura.
Mas do nada veio uma onda maior, cheia de força e enrolou-me. Eu subia e descia tentando desembaraçar-me dela e lembro-me que, de cada vez que a água me puxava para baixo, eu via a minha vida toda a passar-me à frente dos olhos, tal como nos filmes. Vinha acima e via a minha Mãe, mas estava tão enrolada e aflita que já não conseguia sair dali. Até que ela me veio salvar.
Nunca mais me esqueci disto, até porque a minha Mãe apanhou o susto da vida dela. Quando me agarrou abraçou-me com toda a força e (tal como a onda) não me queria largar e não parava de pedir desculpa... De nada não é? Porque ela não tinha culpa de nada!
Desta vez, naquele consultório, voltei a ver a vida a passar-me à frente dos olhos. Pensei na minha Mãe e na sua quota-parte nesta maldita herança genética. Voltei a ouvi-la pedir desculpa... Mas acredito que, também agora, ela acabou de me salvar.

Monday, June 02, 2008

Coração de Mãe


Todos nascemos com uma missão. Cada vez acredito mais nisto.
Nada acontece por acaso e tudo o que acontece encaminha-nos para o nosso destino.
Eu não sei qual é o meu... Como dizia o outro “eu só sei que nada sei”, mas hoje acredito que tenho uma missão.
Agora percebo a razão de tantas mudanças na minha vida. Tudo se encaminhava para esta missão: proteger esta Princesa. Amá-la, mimá-la, adorá-la. Espero que no futuro ela goste tanto de mim como eu gosto dela, que me conte tudo sem reservas, que me olhe nos olhos e sorria sempre como faz agora, todos os dias. Espero que me sinta tão sua como eu a sinto minha, pois esta princesa mudou a minha vida e ilumina todos os meus dias.
Descobri o que é amar incondicionalmente, ter uma paciência infinita e uma generosidade inesgotável.
Descobri que tenho um coração de Mãe... E nada me faz sentir mais feliz.