Um blog cheio de ideias. Algumas soltas... outras nem tanto! Foi a forma de uma copy perdida se encontrar, finalmente, com as suas palavras... E consigo mesma.

Friday, September 08, 2006

Escolhas

Acredito que na vida todos nos cruzamos por uma ou outra razão.
Não há encontros fortuitos ou gratuitos.
Todos carregamos boas ou más energias que, de algum modo, transmitimos às pessoas que se cruzam connosco.
Quantas vezes, por um acaso, encontramos alguém no momento certo, na hora exacta?
Já me aconteceu mais do que uma vez, naqueles dias em que sinto a alma triste e pesarosa, cruzar-me com alguém que me transmite boas energias.
Como um vizinho do meu prédio, que vive lá há não sei quantos anos, mas que eu nem faço ideia como se chama ou em que andar mora, que me segura a porta e sorridente me dá os bons dias...
Como aquela velhota que, pedindo esmola sem olhar para ninguém, me levanta a cabeça e me mostra um olhar carinhoso, apesar de tanta desgraça...
Como aquela mãe que, atrapalhada, tentando meter os dois filhos mais as suas mochilas dentro do carro, agradece a ajuda que lhe dou...
Também eu carrego estas energias, e transmito-as, às vezes mesmo sem ter noção disso.
Já me aconteceu sentir, e isto sem pretensões ou falsas modéstias, que o meu sorriso iluminou a alma de alguém.
Somos todos seres humanos, feitos da mesma matéria, portanto é normal que às vezes nos reconheçamos como tal. É pena é ser só às vezes...
Acho muito triste, embora eu também o faça, passarmos uns pelos outros e não nos falarmos.
No meio rural isto não acontece. Todos se cumprimentam.
E é assim que deve ser. São pessoas simples, sem pretensões nem peneiras, que não pensam duas vezes antes de agir naturalmente. E para eles é natural cumprimentar os seus semelhantes.
Na cidade vemos, vivemos e convivemos diariamente com centenas de pessoas. Se calhar era complicado conhecê-las todas, mas não é disso que se trata. É uma questão de humanidade, e também de simpatia...
Cumprimentarmo-nos só mostraria que somos seres sociais, habituados a viver em comunidade.
Mas o nosso hábito é diferente. Vestimo-nos de indiferença e tornamo-nos autistas.
Ser simpático porquê? Para quê? Por nada. Só por ser... mesmo que não o tenham sido para nós...
Se calhar é uma utopia, mas não custa tentar.
Eu não sou ninguém mas por vezes posso fazer o bem a alguém. Apenas com um sorriso...
Claro que o inverso também acontece. Às vezes o nosso estado de espírito altera-se com uma frase mais brusca, um rosto agressivo, ou um comentário menos feliz...
Importante é contrariar essa tendência de absorver uma energia negativa que nos altera o humor e às vezes até o amor próprio.
Devemos ser conscientes do nosso valor e do nosso poder, enquanto pessoas.
Não é difícil magoar ou envergonhar alguém. Assim como não é difícil perdoar ou alegrar alguém.
A escolha é sempre nossa.

1 Comments:

Blogger Sérgio Mak said...

Para mim não há escolhas, há tendências. Ou tendes para ser bom ou para ser mau. Se por norma tens bons intintos, será normal inclinares-te para o que de bom se pode fazer, seja pelos outros, por ti ou por algo em que acreditas. Não quer dizer que não possas também ser má, mas será muito mais esporádico e disperso pelo tempo.
Quem é mau por natureza, sofre do processo inverso, embora isto tudo seja um processo em mutação, como todas as coisas q têm a ver com pessoas...

8:17 AM

 

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